Dia 25/06/2012.
Tive uma segunda-feira tranquila até. Fui trabalhar e me
concentrei ao máximo no que estava fazendo, a fim de evitar sofrimento e choro.
Consegui!
À noite entrei na internet. No blog e também no facebook.
Fui postar no blog que no dia 25 completou um ano que concebemos o Gustavo. Uma
mãe de anjo me chamou no facebook e então começamos a conversar. Ela não estava
bem, estava chorando. Não conversamos muito e eu desabei a chorar. Tentei
conter as lágrimas, mas foi em vão. Chorei muito. Doeu tanto. Parecia que
alguém estava me cortando ao meio. Eu sentia tanta, tanta dor. E não conseguia
parar de chorar. A pressão subiu e eu tive que tomar remédio pra baixar a
pressão e depois uma agua com açúcar pra conseguir me acalmar e dormir. Foi
tenso. Doeu muito. Na verdade dói o tempo inteiro. Às vezes mais, às vezes
menos.
Dia 26/06/2012.
Hoje o dia não foi tão fácil como a manhã anterior. Eu
fiquei muito triste por conta de ter chorado muito a noite. Estou com receio de
encontrar alguém. Seja quem for. Ainda tem gente que não sabe o que aconteceu.
Por outro lado, queria encontra-los o quanto antes. Quanto mais cedo
encará-los, melhor.
À noite fui à psicóloga. Eu queria muito pedir a ela que
falasse mais que eu. Que me dissesse como ela acha que estou e tal.
E então acabei falando mais do que devia! (modo de dizer)
Ela me fez algumas perguntas. Dentre elas: “Quais eram os
meus planos para o Gustavo!” e “O que é (essa) a perda para mim?”
Bem, vamos lá.
Sempre desejei ter o meu bebe. Pegá-lo no colo, dar carinho,
ensinar sobre tudo que sei e chamá-lo de
meu, e ouvi-lo me chamar de mamãe. Tudo que uma mãe faz era o que eu queria
fazer. Isso e muito mais: O possível e o impossível.
Meus planos para o Gu eram planos repletos de coisas boas. Eu
queria que ele fosse uma pessoa do bem, da verdade e da justiça. Eu sempre
pedia a Deus para que ele protegesse meu bebe e que ele viesse com muita saúde,
e que vivesse por muitos e muitos anos. Pedia sempre por muita sabedoria para
saber ensinar e educar. Como uma boa mãe eu queria o melhor para meu filho.
Durante muitos anos, esse foi o meu sonho. Ficar grávida e
ter filhos. E então eu decidi que era a hora e consegui. A gravidez é uma
dádiva de Deus. É algo mágico. É um sonho!
Grávida meu sonho era: “como será”.
Mas infelizmente meu Bebê partiu. E então com a perda o meu sonho passou para: “como seria”.
Perder meu filho foi a pior coisa que me aconteceu. Acho que
não há palavras para descrever o quanto dói. A perda é: um vazio enorme; uma
tristeza enorme; uma saudade enorme; é inaceitável; é injusto; é cruel; é
massacrante; é ter que conviver com a dor para sempre; é se
sentir culpada por ter falhado; é ter o sonho interrompido; é dormir e acordar
sem aquele barrigão e olhar o quartinho dele e ver o berço vazio; é saber que
faça chuva ou faça sol nunca viveremos nada juntos; não iremos fazer nada
juntos.
Não vou amamenta-lo; não vou cantar uma canção pra ele dormir;
não vou embalar ele em meus braços; não vou levá-lo na escola e nem lhe ensinar
o alfabeto; não vou ver ele andando na bicicleta que ganhou e nem brincando de
carrinho com o papai. São tantas coisas que não irão acontecer. Nada vai
acontecer. Não com o Gustavo! E isso dói muito. Chega a rasgar o peito de tanta dor.
O que tivemos foi maravilhoso e perfeito; durou por nove
meses; e então ele partiu. Agora o que tenho são lembranças e saudades. Eu, meu filho, sinto sua falta todos os dias, todo tempo!
Eu te amo e daria tudo pra ter você aqui conosco!
Me perdoe por falhar com você...
Sei que dias difíceis ainda virão! Infelizmente....
Te amo ontem. Te amo hoje. E eu te amarei cada dia mais e mais, para o resto da minha vida!!
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